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Leishmaniose


A leishmaniose visceral é uma doença de evolução crônica (lenta) que apresenta uma fácil transmissão para cães e pessoas. O causador do problema é um microorganismo (protozoário) que chamamos de Leishmania que é transmitido pela picada do mosquito infectado. O mosquito responsável pela transmissão da doença é chamado de mosquito palha/pólvora. O cão funciona como um reservatório da doença, assim como outros animais silvestres que também fazem esse papel.


Depois da picada do mosquito infectado pela leishmaniose o animal pode permanecer com a doença latente (ou seja, sem manifestação de sinais clínicos) durante meses podendo chegar a anos de incubação (de 2 meses até 6 anos). Os sinais iniciais que podemos observar incluem lesões de pele (pele descama abundantemente), emagrecimento, comprometimento ocular e crescimento exagerado das unhas. Quando a doença vai avançando outros sinais são observados como o envolvimento de órgãos internos como baço, fígado e rins, e muitas vezes leva ao óbito. Também podemos verificar perda de pêlos em volta dos olhos, engrossamento da pele e feridas na ponta do focinho e das orelhas. No entanto, vale lembrar que muitos animais são portadores do problema e não apresentam sinais clínicos. Assim se tornam reservatórios da doença e agentes da infecção, quando picados pelo mosquito distribuem a Leishmania.

O diagnóstico da doença se dá pelo exame físico do animal e exames complementares como o sorológico para leishmaniose, citológico ou histopatológico. No meio veterinário são controversas as opiniões quanto ao tratamento da leishmaniose e eutanásia do animal. Alguns também defendem o tratamento em alguns casos específicos e eutanásia dos demais cães. Estão disponíveis inúmeros protocolos de tratamento com os mais variados relatos de sua eficiência. Sendo assim no artigo vamos enfatizar a prevenção da doença.

O controle da disseminação do mosquito é uma eficiente forma de prevenção. Algumas atitudes ajudam a evitar a presença do mosquito como a aplicação de inseticida no ambiente, evitando circular em locais propícios ao desenvolvimento de mosquito assim como fazer a prevenção em locais sem saneamento. O controle dos abrigos de cães e retirada dos animais de rua também são importantes na prevenção da disseminação da leishmaniose. Os donos podem lançar mão do uso de repelentes nos cães (coleiras ou pour-on), não expor seus animais a locais de risco e utilizar telas nas janelas.

A doença também pode ser prevenida com o uso da vacina Leishmune® (empresa Fort Dodge). A vacina se apresenta segura e eficaz sem risco de indução da doença no animal. Oferece proteção entre 92-95% de acordo com a resposta imunológica de cada cão. A aplicação é realizada em animais saudáveis, soronegativos para leishmaniose visceral canina a partir dos 4 meses de idade. São três doses da vacina com intervalo de 21 dias entre aplicações e a revacinação é anual. O cão só é considerado protegido após 21 dias após a terceira dose da vacina. Existem amplos estudos que comprovam eficiência da vacina e a proteção dos animais vacinados.

Sendo assim ficam dicas importantes na prevenção da leishmaniose e a certeza que pequenas atitudes podem evitar que seu bulldog seja vítima da picada do mosquito e da doença.


Dra. Viviane Dubal – CRMV/RS 8844

Formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e proprietária da Clinica Veterinária Saúde Animal em Porto Alegre. Contato: vivianesd@bol.com.br

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