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Pancreatite


O pâncreas é um órgão responsável pela produção de enzimas digestivas e alguns hormônios.

Tais enzimas digestivas fazem a digestão de carboidratos, proteínas e gorduras.

Os hormônios produzidos pelo pâncreas são:

* insulina: responsável pela redução do nível de glicose sanguíneo;

* glucagon: responsável pela elevação do nível de glicose sanguíneo;

*somatostatina: controla a liberação dos dois hormônios anteriores.

O pâncreas se localiza próximo ao estômago e ao duodeno no abdômen do cão. Devido a sua importância na digestão e na produção de hormônios, as patologias do pâncreas possuem significativa relevância na prática clínica.

A pancreatite é a inflamação do pâncreas, pode ser dar de forma aguda ou crônica. Essa inflamação pode levar a quebra dos mecanismos de defesa que impedem que o pâncreas seja digerido por suas próprias enzimas digestivas, assim ocorre um processo de autodigestão.

Quando ocorre pancreatite, vários sistemas do corpo do cão podem ser acometidos:

  1. Gastrointestinal: a inflamação do pâncreas pode comprometer o estômago e intestino que estão próximos levando à redução na motilidade de ambos;

  2. Hepático: pode ocorrer comprometimento pelo vazamento de enzimas do pâncreas ao fígado e vesícula-biliar;

  3. Respiratório: pode ocorrer edema pulmonar em decorrência da pancreatite;

  4. Cardiovascular: podem ocorrer arritmias cardíacas pela liberação de determinados fatores pancreáticos;

  5. Hematológicos (sanguíneos): a coagulação sanguínea pode ser ativada sem ferimentos ou lesões.


Essa doença geralmente acomete animais adultos por volta dos 6 – 7 anos de idade. Verificamos que os sinais clínicos mais comuns são:

# Letargia, inapetência;

# Vômitos;

# Perda de peso;

# Dor abdominal;

# Diarréia.


As causas da pancreatite ainda não são totalmente conhecidas, mas verificamos que dietas ricas em gorduras e proteínas podem predispor o animal. Outros fatores como administração errônea de medicamentos também podem predispor ao problema, assim como agentes infecciosos como a toxoplasmose.

Alguns fatores de risco são arrolados como causadores da pancreatite: obesidade, diabetes melitus, síndrome de Cushing e insuficiência renal crônica.

O diagnóstico é realizado via exames de sangue (hemograma e bioquímica sanguinea) e exames de imagem (rx e ecografia).

O tratamento da pancreatite é hospitalar, com administração de medicações e fluidoterapia intensiva. O cão é mantido em jejum total por até 5 dias a fim de reduzir a produção de enzimas pancreáticas,  e depois pequenas quantidades de alimento são introduzidas lentamente.

O prognóstico da pancreatite é reservado para os casos em que ocorre necrose ampla do pâncreas, mas para os demais casos geralmente o prognóstico é favorável. As falhas no tratamento geralmente ocorrem com a alimentação prematura do paciente, antes de o pâncreas estar totalmente recuperado e apto para produzir enzimas novamente.


Dra. Viviane Dubal – CRMV/RS 8844

Formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e proprietária da Clinica Veterinária Saúde Animal em Porto Alegre. Contato: vivianesd@bol.com.br

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