Segue outro belo artigo da amiga do Bullblog e criadora de Bulldog Francês, Sirley Vieira Velho, alertando para os cuidados com o calor:
São inúmeras as histórias de acidentes envolvendo cães e calor. Muitos frenchies morreram e continuam a morrer todos os anos vitimados pelas altas temperaturas. Os acidentes ocorrem em toda a parte: em canis, em pet shops, cães sob responsabilidade de pessoas desavisadas e mesmo cães sob os cuidados de zelosos proprietários. Sim, muitas vezes 10 minutos de descuido podem bastar para que um acidente fatal aconteça. Esse assunto, embora muito debatido é sempre oportuno. Cães tem sistema de refrigeração à água. Sua temperatura é regulada através da evaporação da saliva. Por essa razão eles ficam ofegantes quando se exercitam ou quando o tempo está quente, assim promovem sua regulação térmica.
O que torna um cão mais susceptível ao calor que outros? A anatomia dos braquicefálicos faz com que encabecem a lista dos cães que mais morrem pelo calor.
A carinha achatada do Bulldog Francês e seu pescoço curto denota que sua cavidade oral e nasal são mais curtas. Dessa forma lhes resta uma menor superfície de contato com o ar e as membranas ricamente vascularizadas. O ar, normalmente mais frio, ao passar por esse caminho entra em contato com o sangue mais quente e ajuda a resfria-lo. Consequentemente eles tem maior facilidade de aquecer e maior dificuldade em manter sua regulação térmica. Os mais sensíveis merecem cuidados redobrados: Cães de focinho curto como Bulldog Francês, Pug, Bulldog Inglês. Embora os Chow Chows não tenham focinho achatado também estão sujeitos a intermação;
Cães de raças gigantes ;
Cães idosos; Filhotes; Cães de pelagem densa e/ou longa e farta; Então quer dizer que posso expor outros cães ao calor sem correr riscos?
Não!
Todo o cão precisa ser preservado do calor.
Sabe-se de Pit Bulls e Border Collies, cães reconhecidamente fortes e ativos, que foram vitimas fatais do hiperaquecimento. Então diante do calor não devemos nunca descuidar de nenhum cão. O que posso fazer para evitar e reduzir os riscos de perder meu cão por hipertermia?
Ele precisa estar em ambiente fresco
Se costuma ficar dentro de casa utilize ventiladores e ar condicionado. Proteja seu cão deixando-o sempre à sombra e evitando passeios entre 10 e 17 horas.
Nunca recrimine –o por enfiar as patinhas na água. Essa brincadeira poderá ser sua única chance de salvação numa situação de emergência.
Utilize potes de água grandes, de bocas largas e sempre no maior número que você puder. Se você estiver fora de casa e ele virar um dos potes ainda haverá água disponível.
Evite bebedouros de bilha (do tipo torneira lambe-lambe): além da pequena oferta de água o cão se desgasta e se cansa para beber.
Ensine-o e estimule-o a lamber e brincar com gelo. Você pode valer-se desse artificio para mante-lo com água fresquinha por horas, basta congelar água em copinhos plásticos e colocar no pote dele.
Toalhas de nadador são uma boa opção para refresca-lo dentro carro ou em ambientes onde você não possa molhar o cão. www.masllovfrenchies.com.br
Banheirinhas ou bacias propiciam momentos relaxantes. Ensine seu BF a brincar e se divertir com a água, vocês dois irão curtir e isso pode valer uma vida. Ele poderá dar vários mergulhos ao dia: é um recurso saudável e recomendável!
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Evite viagens aéreas durante o dia e procure os vôos com menor número de conexões.
Treine o animal para ficar na caixa de transporte bem antes da viagem. Isso evita expo-lo a situação nova que pode deixa-lo ansioso e ofegante. – Se você possui animais intactos (não castrados) e de sexos opostos fique atento ao mínimo indicio de cio. Nunca deixe-os juntos sozinhos. Um macho percebe o cio muito cedo e a tentativa de monta sem supervisão pode levar macho e fêmea à morte. Machos também podem interpretar piometras e vaginites como cio e tentarem a monta.
– Frenchies podem ser teimosos e um pouco difíceis de treinar, especialmente se tiverem donos inexperientes. JAMAIS utilize o borrifador de água para “educa-los”.
O borrifador deve ser um amigo e um aliado de seu frenchies: são práticos, pequenos e podem servir tanto como bebedouros para os passeios curtos como para uma refrescada rápida enquanto caminham.
Explique a todos que poderão um dia cuidar de seu cão, mesmo que por poucas horas, sobre os riscos dele vir a hiperaquecer. Oriente-os sobre: como agir para evitar episódios de hipertermia;
como baixar a temperatura do animal em caso de hepertermia;
procurar auxilio veterinário, mas somente após ter realizado o resfriamento do animal, isso é de suma importância para reduzir o risco de vida. O vet deverá avaliar seu estado e medica-lo a fim reduzir os riscos de danos cerebrais e renais. Dipirona não irá resolver! A hipertermia causada pelo calor não está relacionada a nenhum mecanismo tratável com antitérmicos.
No Carro Eles adoram passear de carro, mas esteja atento: A temperatura dentro de um automóvel pode aumentar rapidamente, mesmo que o dia não esteja tão quente. Evite entrar com o cão em um veículo que ficou estacionado ao sol.
Lembre-se de que o ar-condicionado deverá estar ligado.
Leve sempre muita água e toalhas para o caso de ter de refresca-lo mais rápido.
Para viagens mais longas previna-se com uma caixa térmica contendo gelo. JAMAIS deixe seu cão dentro do carro sozinho, nem por cinco minutos. Carro parado e desligado é sinônimo de cachorro do lado de fora!
– Situações inusitadas podem matar um cão:
Veja o episódio que aconteceu conosco. Réveillon de 2008, nós prontos para sairmos de casa, uma noite de calor e umidade excepcionais. Como sempre a queima de fogos começa antes e fagulhas caem em nosso quintal. Um dos cães, ainda filhotão, se encanta e começa a correr atrás das “luzinhas” em movimento. De repente ele se aproxima, já cianótico e grogue, pedindo colo: havia superaquecido com a brincadeira.
A única forma de salvar seu amigo é agir rápido. É importante reconhecer a situação e iniciar imediatamente o resfriamento do animal. Só se dirija ao veterinário após o cão ter recebido o primeiro atendimento por você, isso é primordial. Não perca tempo! Clique aqui e saiba como reconhecer os sinais e socorrer seu cão.
É bom lembrar:
A hipertermia é sempre um episódio gravíssimo. Situações onde a privação de água se sobrepõe ao hiperaquecimento são ainda mais sérias e geralmente levam à morte.
Mantenha sempre muita água fresca disponível ao seu cão.
Antes de optar por um cão de raça pura considere suas características físicas, temperamento, necessidade de exercícios e aspectos ligados a saúde e cuidados. Um animal é e será sempre totalmente dependente. O convívio prazeroso entre vocês se condiciona a sua disposição em atender à demanda do cão. Você sabia que um cão bem tratado pode ultrapassar 15 anos de vida? Adotar é um compromisso de longo prazo, pense nisso!
Sirley Vieira Velho www.skonbull.com
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